Detecção Automática de Meteoros no domínio óptico (visível e infravermelho próximo) |
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O que são meteoros? Um meteoro é
um fenómeno que ocorre na nossa atmosfera, normalmente identificado como um traço
luminoso de duração breve (fig. 1). São vulgarmente conhecidos como “estrelas
cadentes” e resultam da interacção com os nossos mais directos vizinhos
cósmicos. A designação de meteoro merece também uma clarificação, pois
entende-se por meteoro um vasto conjunto de fenómenos que ocorre na nossa
atmosfera (por exemplo os hidrometeoros – a precipitação). No nosso caso, só
estamos interessados na descrição do fenómeno atmosférico de origem não
terrestre.
A altitude média típica da ocorrência do fenómeno meteórico é de 90-100 km, na região da atmosfera terrestre denominada de Mesosfera – Termosfera. A duração temporal do fenómeno visual é usualmente inferior a um segundo (cerca de 50% dos registos é inferior a 0,3 s), e de alguns segundos para os eventos mais espectaculares e brilhantes, os bólides.
Os meteoros resultam da interacção directa, por contacto, entre a atmosfera do nosso planeta e partículas que existem e cruzam a sua trajectória em torno do Sol ao longo do ano. Essas partículas têm normalmente reduzidíssimas dimensões e massa ("grão de areia" com menos de uma grama). Exibem elevadas velocidades (relativamente ao sol) compreendidas entre os 30 e os 70 km/s. Apesar da reduzida massa, mas devido à grande velocidade em relação à Terra, a energia cinética destas partículas é elevada, de tal modo que a interacção com a atmosfera extremamente rarefeita, produz a sua volatilização, ionizando a matéria circundante e produzindo a emissão luminosa que nós observamos como “estrela cadente”. A origem dos meteoros é hoje conhecida. Resultam dos “restos” libertados de corpos de maiores dimensões do nosso sistema solar, como os cometas e asteróides (parent bodies). Estes resíduos de pequenas partículas ficam então a orbitar a nossa estrela, sofrendo interacções entre si e sujeitas a perturbações, como todos os demais corpos do sistema solar. Se estas partículas cruzam em determinado período a trajectória terrestre, ocorre uma interacção directa e observamos o fenómeno meteórico. Os meteoros mais abundantes, que podemos observar todas as noites, são de origem cometária, resultado das poeiras libertadas por estes corpos celestes quando na sua órbita atravessam o sistema solar interior. Ficando expostos a grande radiação solar os cometas sofrem mecanismos que desencadeiam a libertação de parte da sua massa, sob a forma de caudas de gases e poeiras.
As colisões entre
asteróides foram produzindo ao longo dos tempos uma população de corpos de
reduzidas dimensões no sistema solar. Estes corpos quando cruzam e interagem
com o nosso planeta têm massa, constituição e energia cinética elevada de tal
modo que produzem traços luminosos muito brilhantes - os chamados bólides (fireball), numa frequência bastante inferior aos
comuns meteoros, de apenas alguns por mês (para um dado local). Por vezes
estes objectos sobrevivem ao trajecto na atmosfera e atingem a superfície
terrestre – são os chamados meteoritos. A Terra é diariamente atingida por
estes corpos celestes, mas apenas alguns são recuperados (na ordem de um por
mês), pois a maioria atinge os oceanos e mesmo havendo observações em terra,
não são imediatamente encontrados.
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